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sábado, 2 de junho de 2012

Machineman


Machineman
Nikku é acompanhado por um robôzinho voador chamado Ball Boy, o qual foi construído segundo o formato de uma bolinha de beisebol. Usando o nome humano deKen Takase, ele acaba salvando de um acidente a bela fotógrafa Gunko, a qual se apaixona ao longo da série. Gunko vivia tirando fotos para uma matéria sobre um prédio que havia desabado misteriosamente. Mais tarde, ela e Ken descobrem que tudo foi obra da organização Tentáculo, uma gangue liderada pelo inescrupuloso Professor K.O velhinho é um homem que odeia crianças e quer fazer de tudo para acabar com elas. Diferente dos vilões convencionais, o Professor K não pretendia dominar o mundo, apenas se livrar das crianças. Então, para proteger sua amada Gunko e as criancinhas da Terra, Nikku resolve usar sua avançada tecnologia e seus poderes superiores e acaba assumindo a alcunha de Machine Man.
Seus 36 episódios foram exibidos no Brasil pela Bandeirantes e pela Rede Record. Relembrem este curioso herói vendo a abertura:
Machineman
Seyun Kamen Machine Man (Máscara Nebulosa Machine Man)
Produção: Toei Company, 1984
Episódios: 36 p/ tv
Criação: Shotaro Ishinomori
Exibição no Japão: Tv Asahi (?-?)
Exibição no Brasil: Band – Record – Tv Guaíba
Distribuição: Oro Filmes
Disponível em: VHS

Última Atualização: 20/03/2008
Por Cloud e Larc Yasha
Os fãs de tokusatsu costumam agrupar seus heróis em gêneros. Dessa forma, temos quatro gêneros bem populares entre os amantes de enlatados japoneses aqui no Brasil: os Metal Heroes (como Jaspion e Jiban); os Super Sentais (Changeman, Flashman…); os Kamen Riders e os Ultras. Mas existem aquelas séries, que não possuem uma característica muito definida para se enquadrar em nenhuma dessas categorias supracitadas e que fãs de todo o mundo agrupam no gênero que chamam de “Other Heroes”. Há também quem chame os “outros heróis” como “Henshin Heroes” (heróis que se transformam), mas “Other Heroes” acabou se tornando mais popular. E nesse grupo genérico, podemos incluir uma seriezinha bizonha que muita gente lembra com carinho (urgh) chamada Machine Man.
Delírios de Shotaro
Que Shotaro Ishinomori foi um dos maiores gênios criativos do Japão ninguém pode negar. São dele a autoria de Kamen Rider, Kikaider (tokusatsu inédito por aqui), Cyborg 009 e trocentos heróis que fizeram história. Mas quem achou que Patrine (única representante do gênero das “Super Heroínas” exibido no Brasil – graças a Deus =P) podia ser a maior tosquice que saiu da cabeça do tiozinho num dia de diarreia mental, pode se preparar: sete anos antes de nos presentear (o.O) com a Magical Girl trash barangona, o autor havia dado ao público uma outra pérola: Machine Man.
Aparentemente, a origem de Machine Man veio por uma demanda de séries com apelo mais infantil que o habitual na época, uma vez que as produções estavam adquirindo um caráter menos infantiloide nos roteiros. A Toei Company solicitou à Shotaro a criação de um programa mais “light” pra fazer companhia ao policial do espaço que estrearia naquele ano de 1984 (Shaider). Dizem que a inspiração de Shotaro para concepção do herói foi ninguém menos que o Super Homem (oro?)! E parando pra pensar bem… Não é que Clark Kent e Ken Takase (nome civil do herói) têm bastantes coisas em comum?! Agora só não me perguntem o que fez Shotaro inventar o nome “Machine Man” pro herói. O personagem tinha um coletinho nitidamente de papelão, um capacete parecendo um pinico high-tech, um florete de esgrimista e uma capinha transparente de box de banheiro! O que tem de “homem máquina” nesse sujeito, meu Deus?!
Historinha Trash
O jovem Nikku, à bordo da nave Space Colony, vem ao nosso planetinha redondinho junto de seu companheiro Ball Boy (uma bolinha de baseball voadora com olhos e braços – aliás, dava pra ver os fios de nylon segurando-a :P) pra estudar a raça humana (coitado… Deve ter pirado :P). Ao chegar aqui, ele se depara com a organização criminosa Tentáculo, chefiada pelo Professor K (um velhinho que parece o ex-Papa), que junto com seu parceiro, um papagaio (@_@), quer a todo custo acabar com as crianças (noooossa…) e como ele não é bobo nem nada, dominar nosso mundinho (que original, hein?).
Para impedir essa maldade, Nikku assume a identidade de Ken Takase (um cara com óculos tipo Clark Kent) e passa a se transformar no herói Machine Man, acabando com os planinhos do professor e seus robôs. Aliás… Que belos robôs hein? Todos no auge da moda dos anos 70, com suas calças boca-de-sino e cintos extravagantes e capacetes que pareciam os baldes que sua mãe usa pra por roupa de molho XD. Economizando no orçamento, a Toei reciclava a mesma roupa dos “robôs” (um coletinho de espuma e o capacete que lembra também o do homem da máscara de ferro) pregando uma antena num, um butãozinhu vermelho noutro….
Na Terra, o herói conhece a fotógrafa Gunko (interpretada por Kyomi Tsukada, que no ano seguinte viveria Anri, a assistente androide de Jaspion – a garota estava se especializando no papel de ajudante inútil, hein?) que passa a ser a “heroína mala” da vez (como uma boa Lois Lane), a qual sempre acaba se metendo em encrencas, sendo salva pelo herói durante todo o tempo.
Em meados da série, Machine Man consegue desmantelar a Tentáculo, naquele que os fãs (eu falei sério! Fãs!) consideram o “auge” da série: o duelo de Machine Man contra o ciborgue braço-direito do Professor K, Monsu. Esse até que era bem feitinho. Mas demorou tanto pra peitar o herói que na batalha decisiva já devia estar com as engrenagens enferrujadas…
Mas, a Neta do professor K, Lady M (K, M… Que família estranha… O irmãos dela seriam o que? N? O? =P) funda a Organização Polvo (!?) para continuar os planinhos ardilosos do avô. Assim como ele, Lady M odeia crianças, tanto que quando se aproxima de uma, tem crises de espirro e seu nariz fica tão vermelho, que chega a fazer inveja ao Bozo. Pra ajudá-la nas maldades (como distribuir línguas de sogra explosivas com farinha de trigo dentro @_@), ela conta com o capataz Toshinkan e os mesmos robôs do vovôzin, mas dessa vez com… Ahn… Um tipo de “cabelo de ferro” (putz x_x).
O Herói
Ao erguer e apertar um aparelho desengonçado que mais parecia um rádio AM/FM tamanho família (que milagrosamente virava um revólver XD), Ken Takase grita “Machine Man” e tem início a transformação: de sua nave, a Space Colony, o veículo Dolphin é teletransportado e se materializa no corpo do rapaz. Desconfortavelmente deitado dentro do veículo (que também pode ser convertido em um jato – dois brinquedos em 1 só! Vamo faturá!), Machine Man passeia pelos céus de Tokyo ao som da música de abertura, enquanto o vilão fica fazendo caretas para a vítima pra dar tempo do herói chegar (juro!). E finalmente, ao chegar ao destino (às vezes ele estava do lado! Mas tinha que passear de carro… Sabe como é, né? Vender CDzin… Brinquedo…), eis que ele aparece transformado! Uma bizarrice única (mais uma, aliás) era ver o herói destruindo a cidade (!!!) na abertura da série com o Dolphin modo jato (veja no vídeo ao lado).
O visual do Machine Man lembra muito o Super Sayaman de Dragon Ball Z (que viria a aparecer somente cinco anos depois!). Com sua capa transparente (que sumia durante as batalhas e parecia ter sido roubada do box de um banheiro), o herói enfrentava todo tipo de ameaça, e pra não fugir à regra, usava sua “espada laser” (que na verdade era um florete de esgrima) pra dar cabo dos inimigos. Isso quando não usava seu “coleguinha” Ball Boy como arma, atirando-o nos adversários. Coitadinho… Pensando bem, coitado nada, esse Ball Boy era um chato, e merecia mesmo levar umas cacetadas! Eita troço irritante!!! No Japão, a voz da bolinha era feita pela famosa atriz Machiko Soga (falecida em 2006), que entre outras, fez Pandora de Spielvan e Rita Repulsa de Power Rangers/Jyuranger. No Brasil, a voz do pentelhinho ficou a cargo do mesmo dublador (ou dubladora?) do gato-robô Doraemon, o que aumentava ainda mais nosso ódio pelo personagem, já que a voz era irritante!!!
O finalzinho meia-boca mostra o Professor K voltando de suas férias (afinal… Um senhor de idade avançada pensar em tantos planos idiotas é estressante demais!) e se unindo à sua netinha pra juntos levarem a coça final de Machine Man usando uma versão dourada do Monsu (a mesma fantasia pintada com jet! Ô economia…). Eles não são presos nem mortos… Apenas são derrotados e se tocam que a vida é bela e o quão foram patéticas e frustrantes suas tentativas de serem vilões. Achou fraco? Os japoneses devem ter adorado, afinal, não precisariam mais aguentar o herói lendo cartinhas de telespectadores imaginários no fim dos episódios. XD
Mas temos de ser francos: o tema de abertura do herói é algo contagiante! Quem via a série não conseguia tirar aquele enigmático “Ale Wa! – aiai” (?!?!) da cabeça. O tema da série foi cantado pelo cantor Mojo (mais hein?) que foi um dos convidados do Anime Friends em 2007.
Os sucessores
Com histórias um tanto quanto bizarras até mesmo para o gênero tokusatsu, o herói fez um tremendo sucesso no Japão, vendendo horrores em miniaturas do veículo Dolphin (que na versão brinquedo, virava um robô!), enchendo o bolso dos patrocinadores de verdinhas. Com tanto sucesso, a Toei e Tv Asahi trataram de encomendar a Shotaro mais uma série nos moldes de Machine Man, sendo lançada no ano seguinte Bicrossers. Mais uma vez o público alvo eram as crianças menores, e novamente o humor e situações bizarras deveriam imperar (como o fato deles se transformarem entrando num armário @_@).
Por aqui
No fim dos anos oitenta, vendo o sucesso de Jaspion e cia na Manchete, a Bandeirantes resolveu investir no filão e negociou algumas séries: Metalder com a Everest e Goggle V, Machine Man e Sharivan com a Oro Filmes. A princípio, os tokus eram exibidos no horário nobre do canal (alternando entre si), mas depois passaram a fazer parte do vespertino Tv Criança.
Apesar do boom dos tokusatsus na época, essas séries passaram despercebidas pelo público e não fizeram o sucesso esperado. Machine Man só voltaria à tv em meados de 1993 na Record, quando a mesma passou a exibir Jaspion, Changeman, Flashman, Sharivan e Goggle V. Nessa época, a série passou por diversos programas infantis da emissora, tendo sido exibido até em horário nobre, às 20h, como tapa buracos. Foi essa exibição da Record que popularizou um pouco mais o herói por essas bandas. Na mesma época, ainda foi reprisado pela Tv Guaíba do sul do país e, desde então, o herói desapareceu da telinha.
No final de 2007, os fãs de tokusatsu ficaram alvoroçados com um possível retorno da série no programa trash (e põe trash nisso) Fator X. O programa regional era transmitido aos domingos pela morimbunda CNT e realizou uma enquete em que o público podia ligar pra um telefone misterioso e escolher entre Flashman e um tal de “Machidman” – como a apresentadora monguinha falava. O rebuliço enorme fez com que o programa saísse do ar (@_@) sem explicações. Nossa teoria é bem simples: os produtores da atração iriam passar DVDs piratas de uma das séries achando que ninguém fosse ligar, como rola em algumas emissoras nanicas do interior do Brasil.
O tiro saiu pela culatra e “Machidman” voltou pro seu limbo. O mais bizarro nisso tudo era o público preferindo rever o herói ao invés do ótimo super sentai Flashman. Vai entender, né?! O personagem ainda ganhou algumas edições em quadrinhos porcamente desenhadas e roteirizadas pela EBAL no começo dos anos 90 (inclusive, em uma delas ele salvava Sharivan de um ser espacial), além de ter alguns de seus primeiros episódios lançados em VHS – e relançados depois de um tempo. E não passou disso. Sorte nossa?




1874 
  


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